segunda-feira, 30 de junho de 2008

Teste: Você é um dono responsável?

Encontrei este teste na rede e achei oportuno. Eu sou a favor da adoção e
contra a mercantilização de vidas humanas ou não-humanas, sendo assim, questiono certos aspectos do próprio teste, mas já é um começo! Segue o teste...

Teste: Você é um dono responsável?
Responda o questionário e confira o seu perfil no final. Anote quantas respostas vermelhas e verdes você terá.

1. Se você decidisse comprar um cão, procuraria informações sobre a raça, tamanho quando adulto e temperamento? Você agiu assim quando comprou o seu amigão?

verdes - sim
vermelhas - não ("Procuraria um filhote bem bonitinho")

Antes de comprar um cão, é importante saber as particularidades sobre a raça (pelagem, tosa, etc.) e se você terá tempo para cuidar dele. Procure saber o tamanho que o cão terá quando adulto. Será que há espaço suficiente para criá-lo em sua casa? Pergunte sobre o temperamento dos pais para não comprar um cão que possa se tornar agressivo.

2. Seu cachorro passa o dia sozinho, na corrente ou preso no canil?

Verdes - não
vermelhas - sim ("Não tenho tempo para ele." ou "Quero que ele seja um bom cão de guarda.").

Se a sua resposta foi SIM, não estranhe se ele se tornar uma "fera" ou um animal que avança em pessoas ou em outros cães. O cão, desde filhote, tem que se socializar, ter contato com as pessoas da família, com outros cães e passear na rua (após a vacinação). Todo o cão precisa da companhia do dono, exercícios e brincadeiras.

3. Quando você leva seu cão à rua para um passeio, utiliza coleira e guia?

verdes - SIM
vermelhas - NÃO ("Ele sabe andar sozinho.")

Se você responder NÃO, há grandes chances de seu cão ser atropelado, de atacar ou ser atacado por um outro cão, de morder alguém, e de você ser multado, já que a guia é de uso obrigatório por lei. Se o seu cão é pequeno ou médio, e de bom temperamento, use guias extensoras para maior segurança.

4. Você alimenta seu cão com restos de comida?

verdes - NÃO, ofereço alimento próprio para cães (ração).
vermelhas - SIM ("Ele adora e não aceita ração")

O melhor alimento para os cães é a ração que, além de deixar os cães mais saudáveis, deixam as fezes sempre consistentes. Acostumando o animal desde filhote, ele aceitará a ração sem problemas. Existem rações úmidas (em latinha) para aqueles cães que não aceitam ração seca.

5. Você vacina seu cão anualmente contra todas as doenças de cães e a raiva?

verdes - SIM
vermelhas - NÃO ("Quando muito, dou a vacina da raiva na campanha")

Além de vacinar o cão contra a raiva, você deve vacinar seu cão todo o ano contra as doenças mais comuns em cães como parvovirose, cinomose e outras, a partir de 60 dias de idade. Se a vacina não for feita anualmente, sair na rua com seu cão é um risco muito grande.

6. Caso seu cão seja de guarda, você toma medidas de segurança como manter o portão fechado, muros altos, placas de advertência e prender o cachorro quando abrir a garagem para sair?

verdes - SIM
vermelhas - NÃO ("Ele não sai.")

Se você respondeu NÃO, saiba que essa imprudência é a maior causadora de acidentes com cães de guarda. Cães podem escapar ou fugir. Se passar uma pessoa correndo, se alguém gritar na rua ou passar uma bicicleta, se ele vir um outro cão ou um gato, pode sair e atacar. Se o seu cão morder alguém por negligência sua, você responderá civil e criminalmente pelos danos que ele causar. Pense nisso...

7. Você recolhe as fezes do seu cão das ruas?

verdes - SIM
vermelhas - NÃO ("Tenho vergonha, acho que as pessoas vão rir de mim" ou "Ninguém cata, por que eu vou catar?")

Além de sujar as ruas, as fezes de cães podem transmitir viroses e vermes a outros cães. Seu cão pode adoecer! Sujar é mais vergonhoso do que catar. Se todos colaborarem, as ruas ficam mais limpas e os cães terão menos riscos de contraírem doenças na rua.

8. Quando seu cão adoece, você tenta tratá-lo com remédios que tem em casa antes de levá-lo ao veterinário?

verdes - NÃO
vermelhas - SIM ("Eu pergunto o que dar para o atendente do pet shop" ou "Veterinário é muito caro, só em último caso.")

Muitas doenças têm sintomas parecidos e é preciso conhecimento para diagnosticar e indicar o medicamento certo. Dando remédios receitados por leigos, você "mascara" os sintomas, dificulta o trabalho do veterinário e atrasa o início do tratamento. Em casos graves, essa pode ser a diferença entre salvar seu cão ou perdê-lo...


9. Na hora de acasalar, você procura orientação do veterinário?

verdes - SIM
vermelhas - NÃO ("Cachorro sabe fazer tudo sozinho, não precisa de ajuda")

Você sabia que existem animais que não devem acasalar por causa de doenças genéticas? Além disso, a cadela deve ser preparada antes do acasalamento para que a ninhada seja saudável e ela não corra riscos durante o parto.


10. Seu cão possui um abrigo nos dias de chuva e frio?

verdes - SIM
vermelhas - NÃO ("Cachorro tem pêlo, não sente frio")

Cães sentem frio como qualquer animal de sangue quente, podem se resfriar e até ter pneunomia. É dever do dono oferecer uma casinha ou abrigo para o animal em dias de chuva e frio, principalmente para os animais que vivem em quintais.

RESULTADO

Se você teve todas as respostas VERDES , considere-se um dono responsável. Parabéns, todos deveriam agir como você!
Se você teve algumas poucas respostas VERMELHAS , terá que repensar algumas posturas suas como proprietário, mas está no caminho certo.
Se você teve a maioria das respostas VERMELHAS (claro que esse não deve ser o seu caso), questione-se porque você comprou um cão. Ter um animal de estimação requer cuidados e exige responsabilidade do proprietário. Pense nisso!

Estamos evoluindo/ involuindo




Desculpem a demora para postar...

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Agência O Globo - Publicado em 08/06/2008
Ibama multa rapaz que bateu em cachorro
Poodle teve uma das patas quebradas e precisou passar por uma cirurgia para ter uma placa de metal instalada na tíbia

O jovem Patrick De Meauntroux, de 18 anos, foi multado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, e irá responder a processo na Justiça por ter agredido com tapas e pontapés Bob, seu cachorro poodle, de cor preta. A cena ocorreu no fim da tarde de quinta-feira, em Brasília.

O jovem começou a bater no cão e escapou de apanhar de populares que assistiam a tudo e estavam revoltados com o comportamento do rapaz. Patrick acabou fugindo e coube à sua namorada levar o animal para uma clínica veterinária, onde chegou todo machucado, com uma das patas quebradas e problemas na bacia. Bob passou por uma cirurgia, e foi instalada uma placa de metal na sua tíbia. Na sexta-feira, ele passou o dia tomando soro e foi submetido a radiografias.

A agressão ao cachorro indignou as pessoas que viram a cena. Alguns dos passantes gritaram com o garoto e resolveram chamar a polícia para impedir que ele continuasse batendo no cachorro.

Goiás

Depois da confusão, Patrick teria viajado às pressas para o interior de Goiás. Fiscais do Ibama chegaram à casa em que ele mora, na Super Quadra 410, no bairro Asa Sul, e não o encontraram mais.

Patrick reapareceu ontem e foi autuado pelo coordenador de Fiscalização de Fauna do Ibama, Antônio Paiva Ganme. Ele recebeu o aviso da multa ambiental e tem o prazo de vinte dias a partir de agora para recorrer ou para efetuar o pagamento. O Ibama ainda afirmou que entrará com uma representação legal contra Patrick no Ministério Público Federal e o jovem pode vir a responder a processo com base na Lei de Crimes Ambientais.

O artigo 32 prevê, além da multa, pena de prisão de três meses a um ano para quem praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados.

O cachorro, agora, está em poder do Ibama. Patrick, a princípio, quando foi perguntado, chegou a negar a agressão e disse que pisou sem querer no animal. Depois, admitiu aos fiscais do Ibama que perdeu a cabeça e não entendia a razão de ter agido com tanta violência.

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JB Online - Quarta, 15 de fevereiro de 2006, 10h35
Motorista arrasta cão preso a pára-choque do carro

O motorista José Luiz Coelho, preso depois de ter arrastado por 6 km um cachorro amarrado no pára-choque de um Voyage, responderá por crueldade contra animais. Ele foi detido pela polícia depois de ter sido denunciado por moradores de Itajaí (SC), município distante cerca de 100 km de Florianópolis, no último sábado.

Segundo a delegada Honorata Cachoeira, testemunhas contaram que o cachorro estava com uma corda amarrada no pescoço e preso no pára-choque do veículo. O animal foi arrastado entre os bairros Cordeiros e São Vicente.

O veterinário Sérgio Wawginiak, que socorreu o cachorro, disse que o animal apresenta "lacerações em todas as almofadas das patas e não consegue andar". Ele disse que as lacerações provocaram hemorragia interna no cachorro, que estava com os olhos avermelhadas devido à corda amarrada no pescoço. "Ele estava sendo enforcado", disse o médico.

O motorista disse que o cachorro estava no porta-malas do automóvel, de onde caiu. A polícia não acredita na versão do motorista, que foi alertado por várias pessoas que protestavam diante da cena. O cachorro tem cerca de 6 anos e não tem raça definida.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

UIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIhhhhhhhhhhhhhhh UaUAUauA

Verdes radicais representam risco para os negócios
Fonte: JB Online - o primeiro jornal brasileiro na internet - 01/06/2008

Estudo da Ernst & Young mostra que o veganismo está entre os 10 maiores problemas que afetam as vendas de um produto

Valeska Velloso, advogada de 32 anos, moradora de Ipanema, lê o rótulo de qualquer produto novo antes de usar. Na dúvida, liga para a empresa. Se houver um único item de origem animal, Valeska avisa à atendente que lamenta mas não voltará a comprar o produto enquanto a substância constar na composição. Valeska é uma típica radical greening, consumidor detectado pelo estudo Os 10 maiores riscos para os negócios, da consultoria Ernst & Young.

Na pesquisa, os verdes radicais e suas exigências socioambientais são ao mesmo tempo ameaça à fartura nas vendas e demanda por mudanças estruturais em fórmulas e linhas de produção. Conforme a capacidade de cada empresa em se adequar às suas exigências, este cliente meticuloso deixa de ser risco para se tornar oportunidade de ampliar o negócio, como já perceberam inúmeras companhias que estão apostando na reformulação de seus produtos para ampliar o leque de consumidores.

O estudo entrevistou mais de 70 analistas em todo mundo para identificar as novas tendências e incertezas dos negócios nos próximos cinco anos. Foram analisados 12 setores da economia – automotivo, bancos, mercado de capitais, biotecnologia, bens de consumo, seguro, mídia e entretenimento, óleo & gás, farmacêutico, imobiliário, telecomunicações e utilidades.
O resultado foi uma lista com os 10 maiores riscos para os negócios, na qual os verdes radicais ocupam a nona posição. Entre as áreas pesquisadas, três se mostraram mais vulneráveis aos ambientalistas: óleo & gás, automobilismo, mercado de capitais, utilidades (indústria de transformação) e imobiliário. Mas a cobrança tem caráter restrito.

– É uma tendência irreversível, que faz aumentar o consumo de alimentos orgânicos e sucos naturais, busca carros mais econômicos, prioriza eletrodomésticos com menor consumo de energia e vê com reticências o álcool brasileiro se ele vier da Amazônia – diz Joel Bastos, diretor de sustentabilidade da Ernst & Young.

– Assim que descobrimos que um produto contém componente animal, avisamos a toda comunidade vegana, seja pela Internet e no boca-a-boca – diz Valeska, que divulga ainda o que sabe ao público da feira de produtos orgânicos que acontece aos sábados no bairro da Glória. – Também escrevemos para os serviços de atendimento ao consumidor (SAC) das empresas, cobrando o fim dos testes em animais e acompanhamos se estão tomando providências.
Segundo Valeska, o objetivo dos veganos não é renunciar ao consumo, mas exigir novas práticas.

– Queremos que adotem posturas mais éticas, porque o problema com os animais envolve todo o meio ambiente.
Mas, em muitos casos, pela restrição das opções do mercado, os veganos acabam optando por empresas que não se alinham totalmente com sua filosofia.

– Como é muito difícil encontrar empresas 100% veganas, ou seja que só comercializam produtos vegetais e não fazem testes em animais, optamos por corporações amigas dos veganos, com produtos 100% vegetais e que não pratiquem testes – diz a funcionária pública federal Anna Marcia, de 28 anos, moradora da Tijuca.
Vegana há cinco anos, a funcionária pública Laura Kim Barbosa, de 36 anos, percebe uma evolução na oferta de produtos nos últimos dois anos.

– Agora tem doce de leite, chocolate, linguiça e até salsicha.

Otimismo
Mas a opção não é consenso. – Tento minimizar meu incentivo de consumidor de produtos de empresas que mantêm práticas abusivas contra os animais – diz David Turchick, economista de 25 anos que mora em São Paulo. – Acho que nosso foco deve ser o público, não as empresas, porque produzem para atender à demanda. Mas sou otimista. Acho que o movimento pelo direito dos animais é uma luta que se vence neste século.

Segundo o levantamento da Ernst & Young, a busca não é exclusiva dos veganos nem do Brasil.

– Há tendências apontadas como a busca por imóveis que priorizam a economia de energia e de água e bens de consumo fabricados e utilizados com respeito ao meio ambiente entre outros – diz Bastos.

Para ele, um dos pontos mais importantes do levantamento é o que mostra o risco como o embrião da oportunidade.
– As dificuldades que as empresas teriam estão diretamente relacionadas à capacidade de alterar seus produtos ou meios de produção de tal forma que possam atender aos ‘novos’ consumidores – completa.

Leda Rosa
São Paulo

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Para o dia Meio Ambiente não passar em branco

Profecia de Orlando Villas Boas
15 JUN 2003
TV Cultura

O programa 'Expedições' o qual apresentou parte de uma entrevista feita com o grande brasileiro, sertanista e patriota Orlando Villas Boas, falecido em dezembro de 2002.

Na reportagem ele, Villas Boas, falou:

'Os americanos levaram para os EUA 15 chefes ianomamis, tanto brasileiros como venezuelanos, para lá aprenderem o inglês e serem treinados 'politicamente', para que ao retornarem criem um contencioso internacional com o objetivo de fazer com que a 'comunidade internacional' declare a
criação de um Estado 'Indio', tutelado pelos EUA, cujo território seria delimitado pelas áreas das atuais reservas ianomamis no Brasil e na Venezuela.
Vocês pensam que eles fazem isto por amor aos ianomamis? Não, é porque em
Roraima estão as maiores reservas de urânio do mundo. Eu, provavelmente, não viverei para ver isto, mas vocês, com certeza, testemunharão.'

ORLANDO VILLAS BOAS

Fonte: Centro de Mídia Independente - Brasil

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Ianomâni! Quem? I e II
ROBERTO GAMA E SILVA
Quinta, 05 de junho de 2008
Diário de Cuiabá

Nos tempos da infância e da adolescência que passei em Manaus, minha cidade natal, nunca ouvi a mais leve referência ao grupamento indígena denominado "Ianomâmi", nem mesmo nas incursões que fiz ao território, acompanhando o meu avô materno, botânico de formação, na sua incessante busca por novas espécies de orquídeas. Tinha eu absoluta convicção sobre a inexistência desse grupo indígena, principalmente depois que aprendi que a palavra "ianomâmi" era um nome genérico aplicado ao "ser humano".

Recentemente, caiu-me nas mãos o livro "A Farsa Ianomâmi", escrito por um oficial do Exército brasileiro, de família ilustre, o Coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto. Credenciava o autor do livro a experiência adquirida em duas passagens demoradas por Roraima, a primeira, entre 69 e 71, como Comandante da Fronteira de Roraima, 2º Batalhão Especial de Fronteira, a segunda, quatorze anos depois, como secretário de Segurança do antigo Território Federal.

Menna Barreto procurou provar que os "ianomâmis" haviam sido criados por alienígenas, com o intuito claro de configurar a existência de uma "nação" indígena espalhada ao longo da fronteira com a Venezuela. Para tanto citou trechos de obras publicadas por cientistas estrangeiros que pesquisaram a região na década iniciada em 1910, notadamente o alemão Theodor Koch-Grünberg, autor do livro "Von Roraima zum Orinoco, reisen in Nord Brazilien und Venezuela in den jahren 1911-1913.

Embora convencido pelos argumentos apresentados no livro, ainda assim continuei minha busca atrás de uma personalidade brasileira que tivesse cruzado a região, em missão oficial do nosso governo, e que tivesse deixado documentos arquivados na repartição pública de origem. Aí, então, não haveria mais motivo para dúvidas.

Definido o que deveria procurar, foi muito fácil selecionar o nome de um dos "Gigantes da Nacionalidade", embora pouco conhecido pelos compatriotas de curta memória: Almirante Braz Dias de Aguiar, o "Bandeirante das Fronteiras Remotas". Braz de Aguiar, falecido em 17 de setembro de 1947, ainda no cargo de "Chefe da Comissão Demarcadora de Limites - Primeira Divisão" prestou serviços relevantes ao país durante 40 anos corridos, sendo que destes, 30 anos dedicados à Amazônia, por ele demarcada por inteiro. Se, nos dias correntes, o Brasil já solucionou todas as pendências que recaíam sobre os 10.948 quilômetros que separam a nossa maior região natural dos países vizinhos, tudo se deve ao trabalho incansável e competente de Braz de Aguiar, pois de suas observações astronômicas e da precisão dos seus cálculos resultaram mais de 500 pontos astronômicos que definem, juntamente com acidentes naturais, essa longa divisória.

Todas as campanhas de Braz de Aguiar foram registradas em detalhados relatórios despachados para o Ministério das Relações Exteriores, a quem a Comissão Demarcadora era subordinada. Além desses relatórios específicos, Braz de Aguiar ainda fez publicar trabalhos detalhados sobre determinadas áreas, que muito contribuíram para desvendar os segredos da Amazônia. Um desses trabalhos denominado "O Vale do Rio Negro", classificado pelo Chefe da "Comissão Demarcadora de Limites - Primeira Divisão" como um subsídio para "a geografia física e humana da Amazônia", foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores no mês de janeiro de 1944, trazendo no seu bojo a resposta definitiva à indagação "ianomâmi! Quem?

No tocante às tribos indígenas do Vale do Rio Negro, incluindo as do tributário Rio Branco, afirma o trabalho que "são todas pertencentes às famílias Aruaque e Caribe, sem aludir à existência de alguns povos cujas línguas se diferenciam profundamente das faladas pelas duas coletividades citadas". Prossegue o autor: "Tais povos formam as chamadas tribos independentes, que devem ser consideradas como restos de antigas populações cuja liberdade foi grandemente prejudicada pela ação opressora de vizinhos poderosos". Também os índios "Tucanos" constituem uma família a parte, complementa o trabalho. Dito isto, a obra cita os nomes e as localizações das tribos aruaques no Vale do Rio Negro, em número de treze, sem que da relação conste a pretensa tribo "Ianomâmi". Em seguida, foram listadas as tribos caribes, bem como a sua localização: ao todo são sete as tribos, também ausente da relação o nome "Ianomâmi".

Dentre as chamadas tribos independentes do Rio Negro, em número de cinco, também não aparece qualquer citação aos "Ianomâmis". Para completar o quadro, a obra elaborada por Braz de Aguiar ainda faz menção especial ao grupo "tucano", pelo simples fato de compreender quinze famílias, divididas em três ramos: o oriental, que abrange as bacias dos rios Uaupés e Curicuriari; a ocidental, ocupando as bacias do Napo, Putumaio e alto Caquetá e o setentrional localizado nas nascentes do rio Mamacaua.

Os "Ianomâmis" também não apareceram entre os "Tucanos". Para completar a listagem dos povos da bacia do Rio Negro, a obra ainda faz menção a uma publicação de 1926, composta pelas "Missões Indígenas Salesianas do Amazonas", que descreve todas as tribos da bacia do RIO NEGRO sem mencionar a existência dos "Ianomâmis". Assim sendo, pode-se afirmar, sem medo de errar, que esse povo "não existiu e não existe" senão nas mentes ardilosas dos inimigos do Brasil.

Menna Barreto e outras fontes fidedignas afirmam que coube a uma jornalista romena, Claudia Andujar, mencionar, pela primeira vez, em 1973, a existência do grupo indígena por ela denominado "Ianomâmi", localizado em prolongada faixa vizinha à fronteira com a Venezuela. Interessante ressaltar que a jornalista que "inventou" os "Ianomâmis" não agiu por conta própria, mas inspirada pela organização denominada "Christian Church World Council" sediada na Suíça, que, por seu turno, é dirigida por um Conselho Coordenador instruído por seis entidades internacionais: "Comitê International de la Defense de la Amazon"; "Inter-American Indian Institute"; "The International Ethnical Survival"; "The International Cultural Survival"; "Workgroup for Indigenous Affairs" e "The Berna-Geneve Ethnical Institute".

Releva, ainda, destacar o texto integral do item I, das "Diretrizes" da organização referentes ao BRASIL: "É nosso dever garantir a preservação do território da Amazônia e de seus habitantes aborígenes, para o seu desfrute pelas grandes civilizações européias, cujas áreas naturais estejam reduzidas a um limite crítico".

Ficam assim bem caracterizadas as intenções colonialistas dos membros do "Christian Church World Council", ao incentivarem a "invenção" dos Ianomâmis e a sua localização ao longo da faixa de fronteiras. Trata-se de iniciativa de fé púnica, como soe ser a artificiosa invenção de um grupo étnico para permitir que estrangeiros venham a se apropriar de vasta região do Escudo das Guianas, pertencente ao Brasil e, provavelmente, rica em minérios. O ato se reveste de ilegitimidade passiva e de impossibilidade jurídica. Sendo, pois, um ato criminoso, a criação de "Reserva Ianomâmi" deve ser anulada e, em seguida, novo estudo da área deverá ser conduzido para o possível estabelecimento de novas reservas, agora descontínuas, para abrigar os grupos indígenas instalados na mesma zona, todos eles afastados entre si, por força do tradicional estado de beligerância entre os grupos étnicos "Aruaques" e “Caribes”.

Outras providências legais devem ser adotadas, todavia, para enquadrar os "zelosos" funcionários da Funai que se deixaram enganar e os "competentes" servidores do Ministério da Justiça que induziram o Ministro da Pasta e o próprio Presidente da República a aprovarem a decretação de reserva para um grupo indígena inexistente. Sobre estes últimos poderia ser aplicada a "Lei de Segurança Nacional", artigos 9 e 11, por terem eles contribuído para um futuro seccionamento do território nacional e um possível desmembramento do mesmo para entrega a outro ou outros estados. Libertas Quae Sera Tamen!


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IstoÉ - 28/5/2008
Capa

Amazônia a soberania está em xeque
Avançam na comunidade mundial as propostas para a internacionalização do maior tesouro verde do Brasil. Uma resposta urgente se faz necessária!

Por OCTÁVIO COSTA Colaboraram: Cláudio Camargo, Luciana Sgarbi e Luís Pellegrini


DANIEL BELTRA/GREENPEACE
CONTROLE Exército e Ibama agem contra desmatamento ilegal feito pelas madeireiras

À primeira vista pode parecer fruto da imaginação de um jornalista estrangeiro, sem maiores compromissos, que acaba de desembarcar no Brasil. Mas seria muita ingenuidade acreditar que o conceituado jornal americano The New York Times abrisse espaço para seu correspondente baseado no Rio de Janeiro, sem que tivesse um objetivo editorial de maior alcance. Sob o título “De quem é a Amazônia, afinal?”, o texto assinado por Alexei Barrionuevo na edição do domingo 18 veio engrossar o coro internacional que tem questionado a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Barrionuevo dá seu recado logo no início, quando cita um comentário do então senador americano Al Gore em 1989 (depois ele foi vice do presidente Bill Clinton em duas gestões): “Ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é propriedade deles, pertence a todos nós.” Três dias antes de o The New York Times publicar seu artigo, o jornal inglês The Independent, noticiando o pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi quem deu plantão sobre a Amazônia. E sem o menor pudor: “Uma coisa está clara. Essa parte do Brasil (a Amazônia) é muito importante para ser deixada com os brasileiros.” O que fica claro, diante das notícias de Nova York e Londres, é que a Amazônia corre grave ameaça. A ofensiva dos dois jornais não é gratuita e já passou a hora de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar uma decisão forte, que ecoe para todo o mundo, de forma inquestionável, a certeza de que a Amazônia é nossa.

A cobiça de potências estrangeiras não é surpresa e tudo começa pela extensão territorial. A Amazônia Legal se estende por nove Estados e ocupa 61% do território brasileiro – sua área equivale à metade do continente europeu e nela cabem 12 países, incluindo Alemanha e França. Ela seria, assim, o sexto maior país do mundo, com uma população de 20 milhões de pessoas. A região faz fronteira de 11 mil quilômetros com Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. O rio Amazonas é o soberano da Terra em volume de água e possui um quinto da água doce do planeta. Segundo avaliações da ONU, o século 21 será marcado por graves conflitos entre as nações, com origem numa única causa: a escassez de água potável. É isso que torna a Amazônia ainda mais estratégica, pois em seus rios estão 21% da água doce vital ao homem. Em seu livro A guerra do amanhã, o assessor para assuntos estratégicos da ONU, Pascal Boniface, previu, entre os cenários de guerras desse século provocadas pelo aquecimento global, a provável invasão da região amazônica por uma coligação internacional. A ação contra a soberania brasileira se justificaria porque “salvar a Amazônia é o mesmo que salvar a Humanidade”. O francês Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, é da mesma opinião: “As florestas tropicais como um todo devem ser submetidas à gestão coletiva, ou seja, à gestão da comunidade internacional.”

Como ressalta o The Independent, a Amazônia é uma poderosa reserva de recursos naturais. O diário espanhol El País também destaca que “o mundo tem os olhos postos nas riquezas da floresta”. É por isso que a soberania brasileira é questionada. O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prefere não levar a sério o The New York Times e desqualifica a idéia de internacionalizar a região: “Quem faz uma proposta dessas deveria passar por uma requalificação psicológica, tal o disparate que contém. Os donos da Amazônia somos nós.” Por mais que o ministro tente reduzir a importância das ameaças, o fato, no entanto, é que os estrangeiros se sentem donos da região há muitos anos. Em 1862, logo após a vitória da União na Guerra Civil americana, o presidente Abraham Lincoln sugeriu a representantes dos negros libertados a criação de um Estado Livre na Amazônia. Dom Pedro II não foi consultado, mas o Brasil foi salvo pelos dirigentes negros que deram uma resposta boa e seca a Lincoln: “Não aceitamos a proposta porque este país também é nosso.” Ainda no Segundo Reinado, o comandante Matthew Maury, chefe do Observatório Naval de Washington, defendeu a livre navegação internacional pelo rio Amazonas. Cem anos depois, o urbanista e futurista americano Herman Kahn teve a idéia de inundar a região num sistema de grandes lagos, com as dimensões do Estado de São Paulo, para permitir a navegação até as minas da Bolívia, do Peru e da Venezuela, fornecedoras de matéria-prima para as indústrias metalúrgicas dos EUA. Em troca o Brasil receberia uma hidrelétrica gigantesca.

MOTOSSERRA Ação desordenada na floresta serve de argumento para estrangeiros: o problema é do Brasil, e não deles

Planos para a Amazônia não faltam. Em algumas escolas americanas já circulam mapas que mostram o Brasil extirpado dessa região e do Pantanal. Metendo o nariz na vida alheia, os que questionam nossa soberania justificam o ato alegando que o Brasil tem de ser punido por má gestão. Somos acusados, por exemplo, de não conseguirmos deter o desmatamento. Segundo o instituto inglês Stern, esse é o melhor e mais barato caminho para estancar o aquecimento global. A queima de florestas, por um dia, emite mais dióxido de carbono do que vôos de oito milhões de pessoas entre Londres e Nova York. Daí, a imensa responsabilidade do Brasil. Durante a Sessão Especial da ONU sobre Meio Ambiente, em junho de 1997, o presidente americano Bill Clinton exigiu a redução significativa de gás carbônico e disparou veementes críticas aos países que não impediam a queimada em suas florestas. Para não ficar apenas em palavras, Clinton chegou a desmarcar um encontro com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, pois preferiu viajar para a Califórnia, onde se reuniria com prefeitos locais. A questão do desmatamento não deixa de ser um argumento dos que querem internacionalizar a floresta, até mesmo porque os últimos levantamentos do Inpe acusam aumento de áreas queimadas, como revelou Minc na quarta-feira 21. Mas é óbvio que os estrangeiros não são movidos apenas por boas intenções. Muito além das queimadas e da poluição, eles estão de olho é nas incomensuráveis riquezas da Amazônia.

Felizmente, o Exército brasileiro está consciente do perigo. E diz estar preparado até mesmo para a possibilidade mais radical de uma intervenção militar. “Hoje, a Amazônia é nosso maior foco de preocupações com a segurança”, disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, em recente entrevista em Brasília. Em sua avaliação, uma hipótese potencial seria a de “uma guerra assimétrica na Amazônia, ou seja, uma guerra contra uma potência muito superior, que nos forçaria a uma guerra de resistência nacional”. Outro cenário, segundo Unger, incluiria a ação militar de um país vizinho patrocinado por uma grande potência, bem como incursões de forças irregulares ou paramilitares. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não vê um risco imediato, mas ressalta que, apesar de não sermos beligerantes, saberemos nos defender: “Não há nenhum país ameaçando o Brasil, mas precisamos de uma força dissuasiva para remover a possibilidade de que aconteça uma invasão.” Ou seja, pelo sim, pelo não, as Forças Armadas têm se preparado para a pior hipótese. Além de renovar seu armamento, vêm reforçando suas unidades na região com transferência de tropas do Sul para o Norte. “Os militares projetam um conflito futuro, para daqui a 30 ou 40 anos, com um inimigo mais provável, os Estados Unidos”, diz o cientista político Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha, da Unesp. “Não devemos ser paranóicos, mas muito menos devemos ser ingênuos”, conclui ele, tecendo elogios à movimentação das Forças Armadas.

A maioria dos especialistas sustenta que a intervenção militar é uma possibilidade remota. Esse é o caso do coronel da reserva Geraldo Lesbat Cavagnari Filho, fundador e pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp. Ele descarta o conflito e a conspiração com o objetivo de internacionalizar a Amazônia, mas alerta que isso não justifica nenhuma “negligência da defesa militar nesse possível teatro de operações”. E a defesa, a seu ver, não se reduz à dimensão das armas: “Ela abrange, também, a defesa do meio ambiente e das comunidades indígenas, assim como a interceptação do tráfico de drogas e do contrabando de minérios e madeiras.” Nessa linha, o general Carlos de Meira Mattos, falecido em janeiro de 2007, fez pouco da teoria da soberania compartilhada, mas recomendou ao Estado brasileiro demonstrar forte e inabalável decisão de não aceitar a violação de seus direitos. Além da ofensiva diplomática, o Brasil, recomendava Meira Mattos, deve revelar notória capacidade de administrar a Amazônia, “desenvolvendo eficiente política autosustentável que preserve a natureza, proteja suas águas e otimize o seu povoamento”.

AÇÃO ORQUESTRADA É ingenuidade crer que as publicações no Exterior não apontem para o risco de internacionalização da Amazônia

As tarefas do Estado brasileiro, portanto, estão mais do que assinaladas. E são urgentes. O melhor meio de enfrentar ameaças à soberania nacional é se fazer presente na região. Isso significa, em primeiro lugar, adotar uma política menos complacente em relação às inúmeras ONGs que atuam na Amazônia. Misturam- se ali raras organizações internacionais de mérito reconhecido em defesa da ecologia e dos direitos humanos com inúmeras entidades inidôneas e de finalidade incerta e não sabida. Na verdade, estão atrás das riquezas e da biodiversidade. Há que impedir essa invasão camuflada de objetivos ecológicos e humanitários. Basta lembrar que 96% das reservas mundiais de nióbio encontram-se na Amazônia e a região também é alvo da chamada biopirataria por parte de laboratórios que buscam patentes inéditas para seus medicamentos. O governo tem procurado se informar sobre os desvios de rota das ONGs e promete adotar regulamentos mais rígidos nas permissões de acesso à floresta. As autorizações passarão pelo crivo dos órgãos da Defesa. Segundo o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., o objetivo é separar o joio do trigo. “Não serão criados obstáculos para as ONGs respeitadas”, diz ele.

Em sua explosiva reportagem, o The New York Times comete o exagero de comparar as novas exigências que serão feitas às ONGs aos tempos da Guerra Fria, quando determinadas áreas da ex-União Soviética eram vedadas a estrangeiros. Diz o jornal que, assim, o Brasil pode terminar como ela. A comparação é tão estapafúrdia quanto a proposta de internacionalizar a Amazônia por se tratar de “um patrimônio da Humanidade”. Só encontra paralelo nas versões que correm em círculos intelectuais europeus e americanos de que o Brasil estaria patrocinando um “pavoroso extermínio de seus índios”. Sob essa alegação, muitas ONGs de fachada defendem com unhas e dentes a política indigenista em vigor, que premiou algumas tribos com territórios maiores do que o de países europeus. A essas ONGs interessa que o Estado brasileiro não tenha domínio político sobre as extensas áreas ocupadas pelos indígenas, sobretudo porque são territórios de riqueza desconhecida – e é mais fácil aos estrangeiros que nos cobiçam tecer nebulosos negócios com os índios. É também por isso que é urgente modificar a atual política de demarcação de terras, uma vez que, se ela continuar como está, índios e ONGs ocuparão cada vez mais o território nacional. Assim, lamentavelmente, muito antes de enfrentar invasores externos, o Brasil terá de invadir uma porção do próprio Brasil para reaver a integridade de seu chão.


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TROPA VERMELHA Armados e pintados para a guerra, será que eles não estão a serviço das ONGs?

Muita terra para pouco índio

Era para ser mais um debate sobre os impactos ambientais da construção da hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu. De repente, o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende foi cercado e agredido a golpes de facão por vários índios caiapós, que participavam do evento em Altamira, no Pará. Rezende foi ferido no braço e teve a camisa rasgada. Os caiapós ficaram irritados com suas críticas ao ambientalista e professor da Unicamp Osvaldo Sevá. Daí a agressão que chocou o País na noite da terça-feira 20. A cena, infelizmente, vem confirmar que a questão indígena saiu do controle das autoridades há muito tempo. Basta ver o que acontece com a política de demarcação de terras. O Estado brasileiro não tem a mínima idéia do que se passa no interior das reservas indígenas. Jamais foi feito um inventário e o patrimônio é desconhecido e intocável. Mais grave ainda: as reservas, em seu total, representam 12,5% de todo o território nacional e estão nas mãos de 534 mil índios distribuídos em 220 povos. Somente em Roraima as 32 áreas em poder de várias etnias somam 103 mil quilômetros quadrados, ou seja, 46% do território estadual.

A extensão das terras dos índios em Roraima é superior à área de um país como Portugal, de 92 mil quilômetros quadrados. Um símbolo maior da distorção na política de demarcação é a reserva Raposa Serra do Sol, que se estende por 17 mil quilômetros quadrados e abriga apenas 18 mil índios, a maioria da etnia macuxi. Sua homologação, em abril de 2005, deu origem a uma batalha judicial que foi parar no Supremo Tribunal Federal. O conflito envolve produtores rurais, moradores da região e até mesmo parte da população indígena, que prefere o desmembramento da imensa reserva em partes menores. Em lugar da homologação contínua, os próprios índios defendem a chamada demarcação na forma de ilhas, muito mais equilibrada e realista.

Não há o que discutir: em Roraima, há muita terra para poucos índios. Por mais que o Estado se disponha a fazer um acerto de contas com o passado, nada justifica as dimensões gigantescas de reservas como a Raposa Serra do Sol. Não faz sentido as nações indígenas se transformarem num Estado dentro de outro. Em várias estradas na Amazônia, os índios chegam a cobrar pedágio e determinar os horários em que os caminhões podem trafegar. Com isso, desmoralizam o governo local e põem em xeque a segurança do País. Em recente palestra no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o comandante militar da Amazônia, general-de-exército Augusto Heleno Pereira, mesmo sob o risco de ser punido por indisciplina, denunciou os disparates que acontecem na região. “A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente”, afirmou o general Heleno. O general-de-brigada Antônio Mourão, comandante da 2ª Brigada de Infantaria da Selva, apóia integralmente seu colega de farda. “A demarcação contínua coloca a soberania em risco. Daqui a pouco, os índios vão declarar a independência de seus territórios”, adverte Mourão.
Uma coisa que irrita os militares é a tendência de se tratar a questão indígena a partir de uma visão romântica, que trata como iguais índios desiguais, em estágios diferentes de civilização. A maior parte dos índios que vivem em Raposa Serra do Sul, por exemplo, é aculturada e não mora mais em malocasperdidas na floresta. Como em muitos casos os militares constituem a única presença de Estado na selva, eles afirmam, com alguma razão, que conhecem os índios melhor do que grande parte dos ambientalistas. Além disso, parece inaceitável a idéia de permitir aos índios autonomia total sobre as parcelas do território brasileiro em que vivem. “No bairro da Liberdade, vai ter japonês e não-japonês? Só entra quem é japonês? Como um brasileiro não pode entrar numa terra porque é uma terra indígena?”, indagou o general Heleno. Os generais estão certos. Mas manda a prudência que eles guardem distância dos facões dos índios caiapós.


AUTONOMIA DEMAIS
Índia caiapó atacou com golpes de facão o engenheiro Paulo Rezende, durante discussão sobre a hidrelétrica Belo Monte