sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Dissidentes do WikiLeaks finalizam projeto chamado OpenLeaks

Sex, 10 Dez, 06h29

ESTOCOLMO (AFP) - Dissidentes do portal WikiLeaks e pessoas irritadas com seu fundador, Julian Assange, anunciaram nesta sexta-feira que finalizam um projeto semelhante, chamado OpenLeaks, que será lançado em breve e terá como objetivo facilitar o vazamento diretamente para a mídia.

Ao contrário do WikiLeaks, o portal OpenLeaks não publicará diretamente na internet, mas permitirá que os meios de comunicação parceiros recebam as informações, explicaram o ex-porta-voz alemão do WikiLeaks, Daniel Domscheit-Berg, e o antigo membro da organização, o islandês Herbert Snorrason.

"OpenLeaks é um projeto tecnológico que tem por objetivo ser um prestador de serviços a terceiros que desejam receber informações de fontes anônimas", declarou Domscheit-Berg em um documentário sobre o Wikileaks que será transmitido no domingo à noite pelo canal de televisão sueco SVT, e que a AFP teve acesso.

O link do futuro do portal, openleaks.org, está ativo e anuncia que estará "disponível em breve".

Seus promotores explicaram que abandonaram o projeto do WikiLeaks por divergências com a estratégia seguida por Assange e criticaram sua "atitude ditatorial".

Criado em 2006, o site WikiLeaks, especializado na publicação de documentos confidenciais, causou uma tempestade diplomática com a divulgação de milhares de telegramas diplomáticos americanos.

Seu fundador, o australiano Julian Assange, está preso desde terça-feira em Londres, em virtude de uma ordem de prisão internacional lançada pelas autoridades suecas por um suposto caso de estupro.

TV iraniana desmente ONG e diz que Sakineh não foi libertada

Sex, 10 Dez, 06h30

Sakineh Ashtiani, a iraniana acusada de adultério e cumplicidade no assassinato do seu marido, não foi libertada, informou a emissora estatal "PressTv". Segundo indicara na quinta-feira o Comitê Internacional contra o Apedrejamento, Sakineh havia sido liberada, mas a informação divulgada pelo site da cadeia estatal desfaz o mal-entendido.

Segundo a emissora, Sakineh foi tirada da prisão e levada à sua casa por algumas horas para filmar a reconstrução do crime para um programa especial que será veiculado nesta sexta-feira pela "PressTv".

"A mulher acusada de assassinato e adultério acompanhou uma equipe da emissora à sua casa para relatar os detalhes do assassinato do seu marido no cenário do crime", diz parte da notícia.

"Ao contrário do publicado amplamente pela imprensa internacional sobre a libertação de Sakineh, o certo é que uma equipe de produção em colaboração com a 'PressTv' chegou a um acordo com a Justiça para recriar com ela a cena do crime", acrescenta o segundo parágrafo.

A cadeia assinala que a história completa será emitida às 18h35 (horário de Brasília) dentro do programa "Irã Today", que veiculará testemunhos do seu filho, Sajad Ghaderzadeh, e o advogado de Sakineh, Javid Houtan Kian, que também estão detidos.

As esperanças sobre a libertação de Sakineh, de 43 anos, foram alimentadas nesta quinta-feira depois de o Comitê Internacional contra o Apedrejamento ter anunciado que tinha informações procedentes do Irã apontando nesse sentido.

Apesar da inesperada notícia, as esperanças cresceram depois de a "PressTv" divulgar uma série de fotografias nas quais a mulher, de etnia azeri, era vista posando em sua casa na última segunda-feira.

No entanto, uma parte do documentário emitido na noite de quinta-feira pela própria cadeia já deu pistas de que a esperança de libertação era infundada, já que em uma das imagens a mulher afirmava: "Planejamos a morte do meu marido". EFE

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ONG alemã anuncia libertação de iraniana Sakineh

1 hora, 3 minutos atrás

BERLIM (AFP) - A iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada a morrer apedrejada, foi libertada, assim como seu filho e seu advogado, informou à AFP o comitê contra o apedrejamento, com sede na Alemanha, uma notícia recebida com cautela pela comunidade internacional, diante da falta de confirmação oficial de Teerã.

"Recebemos do Irã a informação de que estão livres", disse à AFP Mina Ahadi, porta-voz do comitê.

"Esperamos ainda a confirmação. Aparentemente, esta noite haverá um programa que deve ser exibido na televisão e aí saberemos 100%. Mas, sim, ouvimos que está livre e também seu filho e seu advogado", disse Ahadi por telefone por volta das 19h30 (16h30 de Brasília).

Teerã ainda não fez qualquer comentário a respeito. No entanto, fotografias divulgadas esta quinta-feira, afiançadas por meios de comunicação do Ocidente, e que mostrariam Sakineh em casa, no domingo, durante uma breve saída na semana passada para uma entrevista televisiva, poderiam ter dado origem a falsas notícias da libertação.

As reações da comunidade internacional à notícia da libertação de Sakineh têm sido de cautela.

O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, manifestou satisfação com a notícia, afirmando que este seria "um grande dia para os direitos humanos", mas destacou que "está verificando" a informação, divulgada pelo comitê.

Em Berlim, o ministério alemão das Relações Exteriores assegurou, em entrevista à AFP, não estar a par das libertações de Sakineh, de seu filho e do advogado. "Não podemos confirmar estas notícias", disse um porta-voz.

Na França, o Quai d'Orsay, sede do ministério das Relações Exteriores, anunciou que se esforçará por confirmar a libertação de Sakineh, insistindo em que ainda não tem esta confirmação.

"Nós procuramos verificar a informação. Não temos confirmação" ainda, informou o Quai d'Orsay à AFP.

Mohammadi-Ashtiani, uma viúva de 43 anos e mãe de dois filhos, foi detida em Tabriz (noroeste do Irã) e condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do marido. Em 2007, a pena de morte na forca pelo assassinato foi reduzida, em apelação, a 10 anos de prisão, mas a sentença à morte por apedrejamento por adultério foi confirmada no mesmo ano por outra corte de apelação.

A revelação do caso, em julho passado, por associações de direitos humanos, causou uma forte mobilização no Ocidente, onde muitos países e personalidades pediram que a sentença não fosse aplicada, qualificando-a como "selvagem".

Em julho, Teerã afirmou que a sentença havia sido "suspensa" para uma revisão do caso, ainda em curso.

Em 22 de novembro, o chefe do Conselho de Direitos Humanos iraniano, Mohammad Javad Larijani, disse que havia "uma grande possibilidade de que a Justiça iraniana perdoasse a vida" a Sakineh Mohammadi-Ashtiani, durante entrevista à TV em língua inglesa Press-TV.

Mohammad Javad Larijani é irmão do aiatolá Sadegh Larijani, chefe da autoridade judicial iraniana, da qual depende o Conselho de Direitos Humanos, e do presidente do Parlamento, Ali Larijani.

Por outro lado, o filho de Sakineh, Sajed Ghaderzadeh, e seu advogado, Hutan Kian, foram detidos em 10 de outubro em Tabriz quando eram entrevistados por dois jornalistas alemães que teriam entrado sem visto de imprensa em território iraniano e que também foram detidos e presos.

Para a Alemanha, este é um assunto delicado, visto que os dois alemães (um jornalista e um fotógrafo que trabalhavam para o jornal Bild am Sonntag, do grupo Axel Springer) continuam nas mãos da Justiça iraniana, que os acusa de ter entrado no país sem o visto exigido para exercer o trabalho de jornalista.

Na segunda-feira passada, o procurador-geral Gholam Hossein Mohseni Ejeie assegurou que a investigação contra os dois jornalistas "continua" e que "por enquanto" não foram acusados oficialmente de espionagem.

Presidente Lula defende WikiLeaks e faz “o primeiro voto de protesto”

TecnoBlog, 09/12/2010 às 14h22 por Thássius Veloso

Por enquanto só temos visto a sociedade civil posicionar-se a favor de Julian Assange e do WikiLeaks. Todos os governos envolvidos no Cable Gate mostram-se sempre contra o site, inclusive o Secretário de Defesa dos Estados Unidos e Hillary Clinton, a Secretária de Estado dos EUA. E não é que o nosso presidente Lula foi o primeiro chefe de Estado a solidarizar com a causa do site?

Interrompemos a nossa programação para o pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.


(YouTube)

Lula é muito claro no que diz: Assange estava apenas divulgando informações, sem cometer qualquer crime por causa disso. O que ele fez foi desnudar a atividade diplomática, até então inatingível por nós, meros mortais, e torná-la pública, acessível a todos. “É engraçado, não tem nada contra [o cerceamento à] liberdade de expressão”, diz o presidente, em respeito à divulgação feita pelo WikiLeaks.

O presidente ainda deixa um conselho para Dilma Rousseff, sua sucessora, para que oriente os seus embaixadores: “Se não tiver o que escrever, não escreva bobagem. Passe em branco a mensagem.”

“Eu não vi um voto de protesto”, diz Lula, colocando-se como o primeiro estadista a protestar contra a prisão de Julian Assange. O presidente declarou sua solidariedade ao WikiLeaks “pela divulgação das coisas”.

Com informações: Blog do Planalto

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quase 800 sites já hospedam cópias do WikiLeaks

Ter, 07 Dez, 02h03, Geek

Qualquer um pode configurar “mirror” dos dados confidenciais, já há servidores brasileiros hospedando as notícias.

Aylons Hazzud

Após o cancelamento da hospedagem da Amazon e do endereço pelo EveryDNS, o WikiLeaks convocou os ativistas a criarem “espelhos” do site a fim de evitar que um único servidor pudesse retirar as informações da internet. A resposta veio rapidamente, e a contagem oficial desta manhã já soma 784 “mirrors” espalhados pelo mundo.

Para ajudar na empreitada, é preciso ter acesso a um servidor web baseado em UNIX (ou similares, como o Linux), e então seguir as instruções disponíveis na página do WikiLeaks ( http://j.mp/fkII1O ). Depois de configurado, o novo espelho do WikiLeaks será atualizado automaticamente pela equipe da agência de notícias, sem necessidade de outra intervenção de quem está hospedado os dados.

A estratégia de “guerrilha virtual” auxilia na rápida disseminação dos dados e torna extremamente difícil a “contenção” dos vazamentos, em especial por meios jurídicos, já que a informação se espalha quase imediatamente por diversos países. Na lista oficial mantida pelo WikiLeaks, há somente um domínio brasileiro, o wikileaks.brunogola.com.br . Mas é possível que endereços sem o “.br” no final redirecionem para servidores localizados no Brasil.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Israel critica decisão do Brasil de reconhecer Estado palestino

Sex, 03 Dez, 09h15

Jerusalém, 3 dez (EFE).- Israel manifestou nesta sexta-feira sua "decepção" pela decisão do Governo brasileiro de reconhecer o Estado palestino pelas fronteiras de 1967, alegando que repercutirá negativamente no processo de paz no Oriente Médio.

"Toda tentativa de buscar atalhos para esse processo e determinar de antemão e de forma unilateral os temas importantes e polêmicos apenas danificará a confiança entre as partes e seu compromisso em concluir as negociações de paz", ressaltou o Ministério de Assuntos Exteriores israelense em comunicado.

A diplomacia israelense também lamentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha tomado a decisão apenas um mês antes de entregar o cargo à sua sucessora, Dilma Rousseff.

Além disso, destacou que o reconhecimento do Estado palestino representa uma violação dos acordos bilaterais assinados em 1995 e do Mapa de Caminho, o plano de paz apresentado em 2003 pelo Quarteto de Madri, formado por EUA, Rússia, União Europeia e Nações Unidas.

Lula comunicou a decisão por carta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na quarta-feira passada.

O reconhecimento foi uma resposta à solicitação realizada por Abbas em 24 de novembro e é uma posição "coerente" com as resoluções das Nações Unidas, destacou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil em comunicado.

"O reconhecimento do Estado palestino é parte da convicção brasileira de que um processo negociador que resulte em dois Estados convivendo pacificamente e em segurança é o melhor caminho para a paz no Oriente Médio, objetivo que interessa a toda a humanidade", acrescenta a nota.

O Brasil passa a integrar uma lista de mais de cem países que reconhecem o Estado palestino, entre eles todos os árabes, a maior parte da África, além de muitos da Ásia e do leste da Europa.

O porta-voz do departamento de Assuntos Relacionados com a Negociação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Xavier Abu Eid, disse à Efe que outros sete países latino-americanos se mostraram dispostos a manter conversas bilaterais para reconhecer a independência palestina pelas fronteiras de 1967 no momento adequado.

"Esperamos que a decisão do Brasil origine uma onda de reconhecimentos latino-americanos como a que houve após 1988 (por causa da Declaração de Independência Palestina) em outras partes do mundo", ressaltou.

Desde 1975, o Brasil já reconhecia a OLP como "legítima representante do povo palestino" e em 1993 abriu sua primeira legação diplomática nos territórios palestinos.

O Governo de Lula intensificou suas relações com os palestinos nos últimos anos e em março realizou uma viagem oficial à região que também incluiu uma visita a Israel.

Em sua carta a Abbas, Lula renova sua oferta mediadora, ao assegurar que o "Brasil estará sempre preparado para ajudar no que for necessário".

Por sua vez, o dirigente palestino Nabil Shaat felicitou o presidente brasileiro por "cumprir com sua palavra" e dar "uma resposta de forma não violenta ao unilateralismo israelense".

Shaat afirmou que a decisão de Lula é um "reflexo da histórica amizade e irmandade dos povos brasileiro e palestino" e uma "confirmação do importante papel do Brasil na comunidade internacional". EFE

MP denuncia siderúrgica por crime ambiental no Rio


Estadão, Sex, 03 Dez, 08h25

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), o diretor de projetos da companhia, Friedrich-Wilhelm Schaefer, e o gerente ambiental Álvaro Francisco Barata Boechat por crimes ambientais. A ação, ajuizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), demonstra que, desde junho de 2010, a TKCSA tem poluído a atmosfera em níveis capazes de provocar danos à saúde humana, afetando principalmente a comunidade vizinha da usina, em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo o MP-RJ, caso condenados, as penas podem ultrapassar 19 anos de reclusão para cada um dos dirigentes. A empresa também pode ser punida com multa, suspensão total ou parcial de atividades e interdição temporária de direitos, como proibição de contratos com o poder público e de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, além da participação de licitações pelo prazo de cinco anos.

O MP-RJ deu início às investigações após receber denúncias sobre irregularidades ambientais e suposta atuação de uma milícia que faria a segurança privada da TKCSA, denúncia ainda sob investigação pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais. Já a apuração dos crimes ambientais foi feita em conjunto por vários órgãos do Ministério Público.

Na ação penal, ajuizada na 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, o MP-RJ alega que a TKCSA e os executivos cometeram quatro crimes ambientais. Um deles foi causar poluição em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana.

Os outros três são: instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes; deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental; e apresentar, no licenciamento, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso.

O principal crime pelo qual a TKCSA e os executivos são acusados é o derramamento de ferro-gusa - que pode causar doenças de pele, irritação de mucosas e problemas respiratórios - em poços ao ar livre, sem qualquer controle de emissões.

A denúncia foi complementada por relatórios técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), além de um estudo realizado pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), que atesta aumento de 600% na concentração média de ferro na área de influência da TKCSA em relação ao período anterior ao início da pré-operação.

O estudo também aponta violação ao nível máximo legal tolerável para a concentração de poluente atmosférico, acima do qual a saúde da população pode ser afetada.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

WikiLeaks nega ter violado leis ao divulgar documentos

Qua, 01 Dez, 08h24

Por Tim Castle

LONDRES (Reuters) - A revelação de milhares de comunicações diplomáticas dos EUA pelo WikiLeaks é perfeitamente legal, disse um porta-voz do site "dedo-duro" na quarta-feira.

Kristinn Hrafnsson afirmou que as pessoas têm direito de saber o que as autoridades que trabalham em seu nome estão fazendo, e minimizou os temores de que o vazamento possa abalar as relações internacionais.

"Se a estabilidade global se baseia em enganações e mentiras, talvez ela precise ser chacoalhada", afirmou o porta-voz à Reuters TV.

Os mais de 250 mil documentos do Departamento de Estado dos EUA, que vêm sendo gradualmente divulgados desde o fim de semana, causaram constrangimentos para Washington, por expor as engrenagens da diplomacia norte-americana e opiniões brutalmente francas de seus agentes sobre líderes internacionais - aliados ou rivais.

"Acho que em geral todas as comunicações deveriam ser as mais públicas possíveis", disse Hrafnsson, ex-jornalista islandês de TV que hoje trabalha no WikiLeaks.

"Pode haver alguma justificativa para o sigilo, mas em geral estamos falando de autoridades que estão trabalhando em nome das pessoas, e as pessoas têm direito a saber."