terça-feira, 31 de agosto de 2010

Insulto contra Carla Bruni é 'inaceitável', diz França

Insulto contra Carla Bruni é 'inaceitável', diz França

Ter, 31 Ago, 09h55, Estadão.

A França afirmou hoje que os insultos na imprensa estatal iraniana contra a primeira-dama Carla Bruni são inaceitáveis. "Os insultos no jornal Kayhan e lançados por sites iranianos contra várias figuras francesas, incluindo a Sra. Carla Bruni-Sarkozy, são inaceitáveis", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. O diário e sites do país persa afirmaram que Carla Bruni era uma "prostituta italiana" e "merecia a morte".

O Ministério das Relações Exteriores do Irã criticou a mídia nacional pelos ataques, feitos após Carla Bruni demonstrar seu apoio a Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento no Irã. "Insultar funcionários de outros países e usar palavras indecentes não é algo endossado pela República Islâmica do Irã", afirmou um porta-voz do ministério. "Nós não acreditamos que o uso de palavras indecentes e insultantes seja uma atitude correta", disse o funcionário. "A mídia pode criticar as políticas hostis de outros países, mas evitando o uso de palavras insultantes. Isso não é correto."

No sábado, o jornal linha-dura Kayhan fez um duro ataque à mulher do presidente francês, Nicolas Sarkozy. Com o título "Prostitutas francesas entram em rebuliço pelos direitos humanos", um texto do diário criticava a primeira-dama e a atriz francesa Isabelle Adjani por apoiar Sakineh, uma iraniana de 43 anos, mãe de dois filhos e condenada à morte.

O jornal iraniano continuou hoje a atacar Carla Bruni. Segundo o diário, a "indignação da prostituta italiana contra a matéria do Kayhan ocorre enquanto ela tinha relações ilegítimas com pessoas diferentes, antes de se casar com Sarkozy". No dia anterior, o site www.inn.ir tinha chamado a primeira-dama de "traidora de marido".

Carla Bruni, terceira mulher de Sarkozy, assinou uma petição pela liberdade de Sakineh. O caso da iraniana tem causado comoção internacional e grupos pelos direitos humanos pressionam para que a sentença não seja cumprida. Sakineh é acusada de trair o marido e de ter envolvimento na morte dele.

Histórico

O jornal Kayhan tem seu diretor-geral e o editor-chefe indicados pelo líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei. O diário é conhecido por seus insultos duros contra figuras estrangeiras e do próprio Irã. O jornal já foi processado por vários iranianos, incluindo a Nobel da Paz Shirin Ebadi e também Esfandiar Rahim Mashaie, um importante assessor do presidente Mahmoud Ahmadinejad. As informações são da Dow Jones.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sarkozy ignora críticas e começará a deportar ciganos na quinta-feira

Qua, 18 Ago, 10h55

Paris, 18 ago (EFE).- O Governo francês está cumprindo rigorosamente as ordens do presidente Nicolas Sarkozy de desmantelar acampamentos ilegais de ciganos e, apesar das críticas dentro e fora da França, começará a deportá-los a partir de quinta-feira.

Um primeiro avião com 79 ciganos a bordo partirá amanhã para a Romênia e será seguido por outros dois - um no dia 26 e outro "no fim de setembro"-, até completar a cota de pelo menos 700 pessoas deportadas, anunciou o ministro de Interior francês, Brice Hortefeux.

Ele é o responsável por dirigir a ofensiva contra o coletivo, lançada no dia 28 de julho por Sarkozy, quando anunciou o desmantelamento da metade dos acampamentos ilegais de ciganos no país em um prazo de três meses.

Menos de um mês depois, mais de 50 instalações deste tipo já foram desmanchadas.

Agora começarão as deportações, ou "retorno voluntário", como disse o ministro de Imigração Éric Besson, em declarações publicadas hoje pelo jornal "Le Parisien", nas quais ressalta que não se pode falar em expulsões.

O jornal cita uma fonte oficial, segundo a qual "há voos como estes regularmente", com estrangeiros que se inscrevem no programa de ajudas para o retorno.

Segundo o Governo, são deportações "voluntárias" de imigrantes que aceitam ir embora em troca de um bilhete de avião e 300 euros por adulto ou 100 euros por criança, e que, em muitos casos, acabam voltando para a França.

A partir de setembro, o Governo reforçará o controle de registros dos beneficiados, para que não sejam feitas falsificações de identidades para receber as ajudas duas vezes. Para isso, além dos dados pessoais, serão registradas as suas impressões digitais das pessoas.

Apenas em 2009, segundo números divulgados pelas autoridades francesas, cerca de 10 mil romenos e búlgaros receberam as ajudas e retornaram a seus países.

Segundo Besson, a França não está perseguindo os ciganos, está apenas lidando com casos de imigração irregular.

Além das deportações, foram apresentadas outras iniciativas polêmicas, como a retirada da nacionalidade francesa de criminosos de origem estrangeira que tenham atentado contra uma autoridade pública ou a condenação dos pais de jovens que tenham cometido crimes.

São propostas que geraram uma onda de críticas, não só entre a sociedade civil ou os partidos de esquerda, que falam de "racismo" e "xenofobia", mas também entre a maioria de direita e, cada vez mais, no exterior.

O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas também se somou às críticas hoje, ao denunciar a França por vincular imigração com insegurança. Hoje, os Governos de Romênia e Bulgária deixaram claro seu mal-estar diante da política da França sobre seus cidadãos.

Embora ambos sejam países-membros da União Europeia (UE) desde 2007, alguns de seus vizinhos aplicaram uma moratória sobre a plena liberdade de circulação de seus cidadãos pelo espaço comum, que, no caso da França, está vigente até o final de 2011.

Até então, romenos e búlgaros têm direito à livre circulação em território francês como qualquer outro cidadão europeu, mas não podem ficar mais de três meses se não tiverem uma licença de residência que, por sua vez, só é conseguida com um visto de trabalho.

Por isso, alguns dirigentes políticos, como o ex-primeiro-ministro francês e membro do partido de Sarkozy Alain Juppé ou o líder dos Verdes no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit, propõem a busca de soluções em nível europeu. EFE

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Homens modestos e mulheres dominantes têm menos chances de contratação

Há grande diferença entre o que se espera de cada sexo numa entrevista de emprego

Por Minha Vida

Homens modestos e mulheres muito dominantes podem ter dificuldades em se sair bem na hora de uma entrevista de emprego, diz um estudo feito pela Universidade de Nova Jersey e publicado pelo jornal Psychology of Men and Masculinity.

Na pesquisa, 132 mulheres e 100 homens que tinham experiência na área de recrutamento de profissionais viram vídeos de entrevistas de emprego com ambos os sexos. Os entrevistados na verdade eram atores contratados para se comportar como pessoas modestas ou como dominantes. Parte dos atores deram respostas "neutras" quando foram questionados sobre o cargo que queriam ocupar e na hora de falar sobre suas habilidades, enquanto outros ressaltaram suas qualidades e mostraram-se confiantes e independentes.

No caso masculino, muitos foram julgados como igualmente competentes, mas os homens modestos não despertaram o interesse nas entrevistas. A modéstia é vista como um sinal de fraqueza e de falta de ambição para subir na carreira profissional. Além disso, ser muito modesto pode apagar a imagem de dominante que é exigida dos homens em nossa cultura.

Já nas mulheres, a modéstia não foi vista como negativa ou ligada ao status social. Segundo a pesquisa, as mulheres têm que ser orientadas, cultas e comunicativas, mas não podem ter um ar dominante.

"Essa diferença no que chama atenção nos homens e nas mulheres é causada pelo estereotipo que temos de cada sexo. A sociedade está acostumada com homens fortes e mulheres frágeis. Por isso, homens com um ar de super-herói e mulheres não dominantes tiveram mais sucesso na entrevista. Mas é importante ressaltar que competência, habilidades profissionais e a formação acadêmica são os pontos mais importantes segundo os recrutadores", diz a líder do estudo Corrine A. Moss- Racusin.

A aparência também conta pontos
Além da diferença no comportamento, a maneira como um profissional se veste é decisiva. Segundo um outro estudo realizado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, a aparência pode contar pontos não apenas na hora de conseguir um emprego, mas também na hora da definição do salário

A pesquisa aconteceu com mais de quatro mil jovens de ambos os sexos e se baseou na aparência e no salário que cada um deles recebia. Cerca de 7% dos voluntários foram considerados muito mais atraentes do que a média, na opinião dos analistas, enquanto 8% dos participantes estavam abaixo da média.

Foi então que a comparação dos salários mostrou que aqueles menos atraentes recebiam um salário menor do que os jovens que estavam na média ou acima dela. A diferença média de salário chegou a 10%. Mesmo diante dos números, os pesquisadores ainda não conseguem explicar o porquê dessa desigualdade, mas afirmam que os resultados comprovam que a imagem que passamos durante uma simples conversa faz diferença quando o assunto está ligado à carreira.

Irã rejeita oferta de Lula de asilo a condenada a apedrejamento

2 horas, 1 minuto atrás

TEERÃ (Reuters) - O Irã rejeitou nesta terça-feira a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo a uma iraniana condenada à morte por apedrejamento, disse o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano.

A sentença imposta a Sakineh Mohammadi Ashtiani por um relacionamento extraconjugal, que ela nega, despertou protestos de grupos de defesa dos direitos humanos e grande indignação internacional.

Teerã suspendeu a sentença, que será analisada pelo judiciário do país, mas ela ainda pode ser concretizada.

Lula pediu no mês passado que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, permitisse que o Brasil desse asilo a Mohammadi Ashtiani.

"Pelo que sabemos do senhor (Lula) da Silva, ele tem um caráter sensível e humano, e provavelmente não recebeu informações suficientes", disse o porta-voz do Ministério do Exterior Ramin Mehmanparast, em entrevista coletiva.

"Podemos dar detalhes do crime dessa pessoa, que foi condenada, e então acho que a questão ficará esclarecida para ele", afirmou o porta-voz.

Irã e Brasil se aproximaram neste ano, após Brasil e Turquia mediarem uma proposta de acordo sobre os trabalhos de enriquecimento de urânio do Irã, que o Ocidente teme ser um disfarce para o desenvolvimento de uma bomba atômica. Teerã nega essa acusação e diz que busca a produção de eletricidade.

Assassinato, adultério, roubo armado, apostasia e tráfico de drogas são todos crimes puníveis com a pena de morte pela lei islâmica do Irã, implementada desde a Revolução de 1979.

O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que Mohammadi Ashtiani foi condenada em 2006 por ter um "relacionamento ilícito" com dois homens e recebeu 99 chibatadas como sentença.

A entidade disse que, apesar disso, ela foi depois condenada por "adultério enquanto casada" e sentenciada à morte por apedrejamento.

A Anistia lista o Irã como segundo maior executor do mundo, atrás da China, e afirma que o país matou 346 pessoas em 2008.

As autoridades iranianas rejeitam frequentemente as acusações de abusos dos direitos humanos e alegam que estão seguindo a lei islâmica