domingo, 29 de janeiro de 2012

O Brasil em Davos

Patriota trava embate com ONG em Davos

Ativista critica posição do Brasil sobre revoltas no mundo árabe

20h05 DOMINGO 29.01.2012 O Globo

DAVOS. Um debate sobre democracia no Fórum Econômico Mundial de Davos acabou num embate entre o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o diretor da organização de direitos humanos Human Rights Watch, Kenneth Roth, que acusou democracias como o Brasil de terem abandonado os manifestantes das revoltas árabes. Como se fosse uma torcida, o público de empresários aplaudiu um ou outro.

Voltando-se para Patriota e para a chanceler do Paquistão, Hina Khar, o ativista perguntou:

— Imagine que você é um manifestante pró-democracia em Homs, encarando militares de Bashar al-Assad atirando em você. É preciso alguém para pressionar Assad. Mas várias democracias representadas aqui abandonaram a Primavera Árabe.

Sob aplausos, Roth, então, partiu para um ataque contra o fato de o Brasil ter se abstido numa votação do Conselho de Segurança da ONU que condenava Assad e pressionava para que o regime sírio não atirasse nos manifestantes. E, voltando-se para a ministra paquistanesa, disse:

— E o Paquistão foi pior: nunca votou em resolução deste tipo, até no caso da Coreia do Norte. E só votou contra Israel. Há algo errado quando democracias não apoiam movimentos pró-democracia ! — indignou-se

Mas Patriota não deixou Roth sem resposta, atacando, indiretamente, os EUA, por achar que podem impor a democracia militarmente :

— Já eu acho que há algo profundamente errado quando aqueles que têm que dar exemplo de democracia parecem estabelecer uma ligação quase automática entre intervenção militar e promoção da democracia.

Patriota citou como exemplo a intervenção no Iraque, que teve, segundo ele, resultados catastróficos. E, sob aplausos da plateia, explicou a posição brasileira:

— Abstenção, aqui, não é se abster a condenar a violência. Ao contrário: é para abrir espaço ao diálogo porque posições extremas não ajudam os manifestantes nas ruas



Davos: infraestrutura é desafio do Brasil, diz presidente do BID

Terra , 28 de janeiro de 2012 • 20h05 • atualizado 20h17

AFP. A infraestrutura do Brasil é vista como o ponto fraco do País, que objeto de atenção especial, neste sábado, no Fórum Econômico Mundial de Davos, a partir de seu modelo econômico de sucesso, que criou 14 milhões de empregos em menos de uma década. "A infraestrutura é ainda um dos principais desafios para o Brasil", disse o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, para quem toda a América Latina vive o mesmo problema.

O Brasil, disse, "provavelmente investe 2,5% do PIB no setor, mas isso não é suficiente", disse Moreno, lembrando que é mais caro transportar um contêiner da Colômbia para o Brasil do que para o Canadá.

O secretário-executivo do ministério brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alessandro Teixera, recordou que durante mais de duas décadas o Brasil vive um ''apagão'' neste setor, tendo sido obrigado a reconstruir estradas, aeroportos e portos.

Outros desafios são a questão dos impostos cobrados no país e a reforma da Previdência Social, admitiu Teixeira. No entanto, a sexta economia mundial, apresenta uma folha memorável: um desemprego de 4% que poderá chegar ao final de 2012 em 3,5% (13% há 10 anos), uma previsão de crescimento de 4% para este ano - superior ao do ano passado, apesar da crise na Europa, que se faz sentir em outras partes do mundo -, uma inflação abaixo de 5%, dívida reduzida e exportações de US$ 256,041 bilhões no ano passado.

O País possui um sistema econômico que soube conjugar crescimento com inclusão social, elogiam os esecialistas. Muitos criticam o fato de ainda ser um exportador de commodities, mas não se pode esquecer, recordou Teixera, que é o terceiro produtor mundial, atrás da China, com quem mantém superávit comercial.

"A qualidade do comércio com a China não é a ideal, porque estamos exportando sobretudo commodities e importando produtos acabados", disse o chanceler Antonio Patriota. "Por isso estamos insistindo na agenda internacional com parceiros que nos possam trazer benefícios nos setores científico, tecnológico, além de novas oportunidades econômicas", completou.

O chanceler voltou a afirmar que o país não tem vocação para se transformar em potência militar, nem nuclear, advogando, ao contrário, a diplomacia e o diálogo. "Estamos num momento em que o Brasil se afirma como força no campo econômico mundial", disse Patriota, considerando que "talvez não haja tanta necessidade mais, como no passado, de tentar convencer os líderes mundiais" da solidez da economia brasileira e da importância que assumiu no panorama geopolítico mundial



Patriota se reúne com Ban Ki-moon sobre preparativos para a Rio+20.

(AFP) – 26/01/2012

DAVOS, Suíça — O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, conversou nesta quinta-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, sobre os preparativos para a conferência Rio+20 e sobre o sistema financeiro em Davos, onde participam do Fórum Econômico Mundial, informou a organização.

O Brasil será sede de 20 a 22 de junho da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, vinte anos depois da Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992, que pretende definir as diretrizes para tornar o mundo um lugar mais seguro, mais justo, mais limpo, mais verde e mais próspero para todos.

Patriota e Ban também falaram sobre seus pontos de vista a respeito da chamada Primavera Árabe, da situação na Síria, na Somália, na Líbia e do programa nuclear do Irã.

Por fim, ambos analisaram os últimos acontecimentos no Oriente Médio, segundo um comunicado enviado pela ONU, que indica que o secretário-geral agradeceu ao Brasil por sua contribuição para a Força de Estabilização das Nações Unidas no Haiti e em Guiné-Bissau.



BID elogia modelo de desenvolvimento brasileiro em Davos, na Suíça

Jornal do Brasil, Hoje às 12h38 - Atualizada hoje às 12h41

Agência Brasil, Brasília – No penúltimo dia ontem (28) do 42º Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, o Brasil foi tema de um painel de debates. O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luís Moreno, elogiou os resultados positivos obtidos nos últimos anos no país. Segundo os participantes do evento, o modelo brasileiro de crescimento associado ao desenvolvido social é destaque no cenário internacional.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o secretário executivo do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, Alexandre Teixeira, participaram do painel denominado Brasil Outlook, mediado pelo jornalista John Defterios, da emissora norte-americana CNN.

As discussões em tom de otimismo, contrastaram com o clima de apreensão dos debates em Davos cujo tema principal é a crise econômica internacional que atinge principalmente países da zona do euro, como a Grécia, Espanha e Portugal.

O mediador perguntou a Patriota se o Brasil está pronto para assumir parte da liderança que é exercida pelos Estados Unidos e por alguns países que sofrem os impactos da crise econômica internacional. O chanceler respondeu que os Estados Unidos se mantêm na liderança, assim como outros países.

Porém, Patriota acrescentou que o Brasil tem conquistado seu espaço no cenário internacional pelos esforços feitos para conciliar o crescimento sustentável com os programas de inclusão social e respeito ao meio ambiente. Segundo o chanceler, essa liderança é natural pelo empenho dos brasileiros.

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