quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Especialistas recomendam moderação e senso comum para um Natal ecológico

PARIS, 14 dez 2007 (AFP) - Para aqueles que desejam celebrar o Natal de maneira responsável do ponto de vista ecológico, os especialistas em meio ambiente evitam conselhos extremos e se limitam a recomendar senso comum e moderação para evitar o desperdício.

Para início de converesa, não vale a pena abraçar o "radicalismo verde". As festas devem ser, antes de mais nada, um momento de alegria compartilhada, destacam os especialistas.

"Porém, todos podem adotar pequenos gestos para limitar as repercussões da celebração sobre o meio ambiente", afirma Nadia Boeglin, da Agência Francesa do Meio Ambiente e Controle da Energia (Ademe).

Não apenas uma atitude (como comprar somente papel de presente reciclado, por exemplo), mas uma série significativa de gestos que, acumulados, terminam por fazer sentido.

Para a árvore de Natal, o ideal é uma árvore pequena com raízes que, depois das festas, pode ser colocada em um vaso na varanda ou plantada no jardim, aconselha Gaëlle Bouttier-Guérive do Fundo Mundial para a Natureza (World Wild Fund, WWF).

O Natal é uma festa das luzes, mas é possível evitar a iluminação de jardim, que consome muita e perturba os insetos, acrescenta.

Na mesa é possível evitar as toalhas e louças descartáveis. Para o cardápio, o melhor é escolher produtos locais, de temporada e, se possível, procedentes da agricultura biológica.

Quem gosta de caviar, e tem condições de comprar o produto, deve ser exigente com a origem, para evitar a procedência do tráfico ilícito, ou optar pelo caviar de criação conhecida.

As ostras, porém, são ecologicamente positivas, já que funcionam como pequenos escoadouros de carbono ao absorver o CO2 para fabricar sua carapaça.

A respeito dos pescados, os consumidores devem evitar as espécies em perigo por causa da pesca excessiva, como o salmão do Atlântico ou o peixe espada, segundo o WWF, que recomenda o robalo ou a truta. O logotipo internacional MSC permite identificar os produtos procedentes da pesca duradoura.

E, para a sobremesa, o melhor é preparar a própria, evitando assim os doces carregados de aditivos químicos ou muito açucarados.

Outro bom conselho é, no momento das compras e de cozinhar, lembrar de tudo que sobrou no ano anterior para não preparar muita comida, conta Boeglin.

O pior para o meio ambiente são os presentes poluentes e inúteis. Por isto é preciso optar por produtos que agradem a pessoa, mas que tenham utilidade e que serão guardados.

"O maior problema são os produtos de alta tecnologia, muito presenteados no Natal, quando são o perfeito contra-exemplo do presente ecológico", diz Bouttier-Guérive.

A fabricação dos mesmos consome muita energia, assim como sua utilização, e não é fácil reciclar os materiais e substâncias, às vezes tóxicas, que os compõem.

O consumidor ecológico pode recorrer ao guia sobre "tecnologia responsável" publicadp recentemente pelo Greenpeace, que classifica os principais fabricantes de telefones celulares e computadores em função dos esforços no plano do meio ambiente.

E para os produtos que funcionam a pilha é possível presentear ao mesmo tempo baterias recarregáveis.

Para os brinquedos e objetos de madeira, uma referência segura é o logotipo internacional FSC, que garante a procedência de florestas administradas de maneira sustentável.

Os produtos fabricados com materiais reciclados ou procedentes do comércio eqüitativo são, em geral, mais respeitosos ao meio ambiente.

Finalmente, estão na moda os presentes "imateriais": entradas para espetáculos, eventos esportivos, etc.

Ao fim da festa, não se deve esquecer de selecionar o lixo, separando os dejetos orgânicos dos recicláveis.

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